Perdoem-me, eu preciso Chorar.
Não é culpa de ninguém, eu sei. Talvez minha culpa por sempre me preocupar em estar lá, em procurar a melhor palavra e em calar para o outro ao falar, se ouvir e chorar.
Sempre ouvimos que falar é prata e calar é ouro... Até onde sabemos interpretar corretamente este dito?
Semi-parafraseando uma composição minha com um parceiro, " Calei demais, perdi a paz!".
Descobri que muitos, talvez por serem ouvidos por mim, não aprenderam a me ouvir.
Pronto, me vejo alí, gaga, enrolada com as palavras pois também percebo que não sei falar.
A impaciência do outro logo transparece nos desvios de olhares ou no despejo de conselhos e sermões.
Não que eu esteja criticando, pelo contrário, agradeço essa demostração de carinho que me dão.
Na realidade o problema sou EU. Ser solitária, me faz ser, para os outros, uma figura forte, sem problemas, sem sensações, sem necessidade de chorar. Faz transparecer que ouvir: "Tudo vai dar certo; Tudo ao tempo de Deus; que eu tenho que fazer isso ou aquilo e "pá", bora mudar o assunto", traz-me conforto.
Ouvir consiste em OUVIR; não interromper a fala do outro. É abraçar em silêncio, afagar os cabelos, permitir que o outro, ao falar, escute a si mesmo e alivie seu coração.
Passar por isto, esses dias, me fez lembrar uma amiga do ginásio que dizia que eu era amiga pois, sempre estava lá de braços abertos mas, que com minha "auto suficiência", não a permitia ser minha amiga, não a ensinei fazer por mim!!!
Poxa, ninguém me ensinou a fazer nada. Largo tudo e bato na porta pra dar um abraço porque meu coração pede, faço uma ligação pra ouvir a voz, procuro estar nos detalhes porque acredito que amar e cuidar é assim. Não sou assídua, mas procuro estar nos momentos onde muitos se esquivam. Isso ninguém precisou me ensinar, meu coração pede pra estar lá.
Amigos, perdoem-me, eu preciso chorar!!!
Mais uma vez, choro só!!!
